A Coroação da virgem Maria pela santíssima Trindade, por Diego Velasquez.
Alguns autores afirmam que Maria era filha de Eli, mas a genealogia fornecida por Lucas
alista o marido de Maria, São José, como "filho de Eli". A Cyclopædia (Ciclopédia) de M'Clintock
e Strong (1881, Vol. III, p. 774) diz: "É bem conhecido que os judeus, ao elaborarem suas
tabelas genealógicas, levavam em conta apenas os varões, rejeitando o nome da filha
quando o sangue do avô era transmitido ao neto por uma filha, e contando o marido
desta filha em lugar do filho do avô materno. (Números 26:33, Números 27:4-7).
" Possivelmente por este motivo Lucas diz que José era «filho de Eli» (Lucas 3:23).
Segundo uma tradição católica estima-se que a Virgem Maria teria nascido a 8 de setembro,
num sábado, data em que a Igreja festeja a sua Natividade. Também é da tradição pertencer à descendência de Davi - neste sentido existem relatos de Inácio de Antioquia, Santo Irineu,
São Justino e de Tertuliano - consta ainda dos "apócrifos" Evangelho do nascimento de Maria
e do Protoevangelion e é também de uma antiga tradição que remonta ao século II que seu
pai seria São Joaquim, descendente de Davi, e que sua mãe seria Sant'Ana, da descedência do Sacerdote Aarão.
De acordo com o costume judaico aos três anos, Maria teria sido apresentada no
Templo de Jerusalém, é também da tradição que ali teria permanecido até os doze
anos no serviço do Senhor, quando então teria morrido seu pai, São Joaquim.
Com a morte do pai teria se transferido para Nazaré, onde São José morava.
Três anos depois realizar-se-iam os esponsais. Os padres bolandistas, que dirigiram
a publicação da Acta Sanctorum de 1643 a 1794, supõem em seus estudos que
São Joaquim era irmão de São José, o que caracterizaria um caso de endogamia,
o que era comum entre os judeus.
Nos Evangelhos
O papel que ocupa na Bíblia é mais discreto se comparados com a tradição católica.
Os dados estritamente biográficos derivados dos Evangelhos dizem-nos que era uma
jovem donzela virgem (em grego παρθένος), quando concebeu Jesus, o Filho de Deus.
Era uma mulher verdadeiramente devota e corajosa. O Evangelho de João menciona
que antes de Jesus morrer, Maria foi confiada aos cuidados do apóstolo João e a Igreja
Católica viu aí que nele estava representada toda a humanidade, filha da Nova Eva.
É dezenove vezes citada no Novo Testamento, entre elas: «A virgem engravidará e dará
à luz um filho ... Mas José não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho.
E ele lhe pôs o nome de Jesus.» (Mateus 1:23-25), "Você ficará grávida e dará à luz um
filho, e lhe porá o nome de Jesus. ... será chamado Filho do Altíssimo." Maria pergunta
ao anjo Gabriel: "Como acontecerá isso, se sou virgem [literalmente: se não conheço
homem]?" O anjo respondeu: «O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a
cobrirá com a sua sombra. Assim, aquele que nascer será chamado santo, Filho de Deus.»
(Lucas 1:26-35).
Fatos notáveis
As passagens onde Maria aparece no Novo Testamento são:
- A visitação à sua prima Isabel e o Magnificat (Lc. 1,39-56).
- O nascimento do Filho de Deus em Belém, a adoração dos pastores e dos reis
- magos (Lc. 2,1-20).
- A Sua purificação e a apresentação do Menino Jesus no templo (Lc. 2,22-38).
- À procura do Menino-Deus no templo debatendo com os doutores da lei (Lc. 2,41-50).
- Meditando sobre todos estes fatos (Lc. 2,51).
- Nas bodas de Casamento em Caná, na Galiléia. (João 2:1-11)
- À procura de Cristo enquanto este pregava e o elogio que Lhe faz (Lc. 8,19-21)
- e (Mc. 3, 33-35).
- Stabat Mater - Ao pé da Cruz quando Jesus aponta a Maria como mãe do discípulo
- e a este como seu filho (Jo, 19,26-27).
E não há mais nenhuma referência ao seu nome nos restantes livros do Novo Testamento,
salvo em Lucas (11, 27-28): Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram.
Palavras de Maria
Nos Evangelhos Maria faz uso da palavra por sete vezes, três delas dirigidas ao Anjo da
Anunciação, o Magnificat em resposta a Isabel, duas dirigidas ao seu Filho e uma só e
última vez dirigida aos homens (aos servos das bodas de Caná) que a Igreja Católica
conserva com todo o valor de um testamento:
- Como poderá ser isto, se não conheço varão? (Lc. 1,34).
- "Eis aqui a serva do senhor, faça-se em mim, segundo a Tua palavra (Lc 1:38)
- "A minha alma engrandece o Senhor." (Lc. 1,46-55)
- "Filho, porque fizeste isto conosco? eis que teu pai e eu te procurávamos
- angustiados." (Lc. 2,48).
- "Não têm mais vinho"... (Jo. 2,3).
- "Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo.2,5).
Palavras dirigidas a Maria
Nos Evangelhos por oito vezes a palavra é dirigida a Maria:
- A saudação do anjo: Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo.
- (Lc.1,28).
- O anúncio da Encarnação: Eis que conceberás no teu seio e darás
- à luz um filho a quem porás o nome de Jesus. (Lc. 1,30-33).
- Por obra e graça do Espírito Santo: O Espírito Santo descerá sobre
- ti e o poder do altísimo te cobrirá com a sua sombra; por isso
- também o que nascer será chamado Santo, Filho de Deus. (Lc. 1,35-37).
- Simeão Lhe fala da espada que trespassará o coração: ...e uma espada trespassará a tua própria alma a fim de que se descubram os
- pensamentos de muitos corações. (Lc. 2,34).
- Isabel ao responder à sua saudação: Bendita és tu entre as mulheres
- e bendito é o fruto do teu ventre! (Lc.1, 42-45).
- O Menino-Deus a responde no templo: Por que me buscáveis?
- Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai? (Lc. 2,49)
- Cristo em Caná:Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós?
- Minha hora ainda não chegou. . (Jo.2,4)
- Por Cristo na Cruz: Jesus, vendo a sua Mãe e, junto dEla, o discípulo
- que amava, disse à sua Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho." Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe." E daquela hora em diante o discípulo a
- levou para sua casa. (Jo. 19,26-27).
As sete dores de Maria
A historiagrafia de Maria colhe uma tradição fundada nos evangelhos
que venera as Suas Sete Dores, são sete momentos da sua vida em que
passou por sofrimento humano notável:
- Primeira dor: A profecia de Simeão.
- Segunda dor: A fuga para o Egipto.
- Terceira dor: Jesus perdido no Templo.
- Quarta dor: Maria encontra o seu Filho com a cruz a caminho do Calvário.
- Quinta dor: Jesus morre na Cruz.
- Sexta dor: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
- Sétima dor: O corpo de Jesus é sepultado.
A Dormição
Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Diz uma
tradição cristã que ela teria morrido (Dormição da Virgem Maria) no
ano 42 d.C. e seu corpo depositado no Getsêmani.
Desde os primeiros séculos, usou-se a expressão dormitação, do lat.
dormitáre, em vez de "morte". Alguns teólogos e mesmo santos da
Igreja Católica, por devoção, sustentam que Maria não teria morrido,
mas teria "dormitado" e assim levada aos Céus; outra corrente, diversamente, sustenta que não teria tido este privilégio uma vez que o próprio Jesus
passou pela morte.
Na liturgia bizantina a festa da dormição ocorre no dia 31 de agosto, é
a Dormição da SS. Mãe de Deus, "Kóimesis" em grego e Uspénie em
língua eslava eclesiástica, termos que se referem ao ato de dormir.
A partir de 1 de agosto, na Igreja oriental e bizantina (ortodoxos e
greco-católicos) inicia-se a preparação para esta festa. O dia 15 de agosto
foi estabelecido pelo imperador Maurício (582-602), do
Império Romano do Oriente, mantendo assim uma antiga tradição,
no Ocidente foi introduzida pelo Papa Sérgio I. [5]
Do ponto de vista oficial do magistério, entretanto, a Igreja Católica,
sobre esta matéria, nunca se pronunciou, o que coloca o tema na livre
devoção dos fiéis. Reservou-se ao dogma apenas o tema da Assunção
em si. Sobre a dormição de Maria, entretanto, João Paulo II assim se manifestou:
- (...) O Novo Testamento não dá nenhuma informação sobre as
- circunstâncias da morte de Maria. Este silêncio induz supor que se
- produziu normalmente, sem nenhum fato digno de menção. Se
- não tivesse sido assim, como teria podido passar desapercebida
- essa notícia a seu contemporâneos sem que chegasse, de alguma
- maneira até nós?
- No que diz respeito às causas da morte de Maria, não parecem
- fundadas as opiniões que querem excluir as causas naturais. Mais
- importante é investigar a atitude espiritual da Virgem no momento
- de deixar este mundo. A este propósito, São Francisco de Sales
- considera que a morte de Maria se produziu como efeito de um
- ímpeto de amor. Fala de uma morte "no amor, por causa do amor
- e por amor" e por isso chega a afirmar que a Mãe de Deus morreu
- de amor por seu filho Jesus (Tratado do Amor de Deus, Liv. 7, cc. XIII-XIV).
- Qualquer que tenha sido o fato orgânico e biológico que, do ponto
- de vista físico, Lhe tenha produzido a morte, pode-se dizer que o
- trânsito desta vida para a outra foi para Maria um amadurecimento
- da graça na glória, de modo que nunca melhor que nesse caso a
- morte pode conceber-se como uma "dormição".
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1308, Museo dell'Opera del Duomo, Siena.
Padroeira do Brasil
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seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados de
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ouro. Ordenou o mesmo soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus.
D. João IV não foi o primeiro monarca português que colocou o reino
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sob a protecção da Virgem Maria, apenas tornou permanente uma
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devoção a que os reis portugueses recorriam em momentos críticos
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para o reino: D. João I já tinha deixado nas portas da capital uma
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inscrição louvando a Virgem, e mandado construir o
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