Mistérios da Serra da Arrábida
Com base no que conheço de vários outros episódios estranhos passados na Serra da
Assim, indicaram-me então o escuteiro 'Nix' da zona de Azeitão onde me dirigi e estive
A história só teria sido conhecida após muitos anos dessa experiência, pois os escuteiros
Doutro modo conheço o que se passa por exemplo quando fazem rebentamentos na
Enfim, na conversa havida com o tal escuteiro 'Nix', vários casos de fenómenos estranhos
A verdade é que também já foi observado sobre o mar, frente à Serra, 3 circulos luminosos testemunhados pelo próprio guarda do Convento da Arrábida (sr. Quirino) e por um grupo
O facto é que precisamente naquela zona as bússolas deixam de funcionar como se
Mas não saindo do assunto inicial, que tem a ver com a história da 'gruta do Abade',
Já agora, que dizer do misterioso desaparecimento do jovem João Tiago (escuteiro
Outros mistérios ocultam a Serra que o próprio Frei Agostinho da Cruz escolheu para
As águas do Oceano de uma banda,
E de outra, já salgadas, as do Tejo.
Aquela saudade, que me manda
Lágrimas derramar em toda a parte,
Que fará nesta, saudosa e branda?
Daqui mais saudoso o Sol se parte;
Daqui muito mais claro, mais dourado,
Pelos montes, nascendo, se reparte...
A GRUTA DA LAPA DE STª MARGARIDA
Situada no sopé da Serra da Arrábida, junto ao mar, aonde se chega por barco ou por terra por um caminho construido por um ermitão da Santa, descendo-se cerca de 200 degraus de pedra até ao local, a gruta da Lapa de Stª Margarida é um lugar muito visitado ainda hoje, onde se encontra uma capela em estado degradado construida ali no século XVII. Nela existiam 3 imagens (de Nª Srª da Conceição, Stº António e Stª Margarida) nos nichos que se vêm na figura acima mas que desapareceram com o tempo, roubadas ou destruidas por pessoas que não respeitam estes locais de culto. Neste lugar faziam-se muitas peregrinações nos séculos passados, principalmente os sírios dos Pescadores vindos nos seus barcos engalanados de todo o lado, e o ambiente tornava-se festivo mas de autêntico Recolhimento Espiritual, onde as pessoas oravam e cantavam unidas pelo mesmo sentimento de fé independentemente da sua convicção pessoal. Hoje não é mais assim e o local até se encontra um tanto desprezado. A gruta mede cerca de 22 metros de comprimento (o números de Anciãos ou Sábios) mas como se liga em algumas partes com outras mais pequenas, mede na totalidade 40 metros (número aludido na Bíblia várias vezes como marco de vários acontecimentos - exe: os 40 dias e 40 noites de chuvas no Dilúvio, os 40 dias que Moisés passou no Monte Sinai, os 40 dias que Jesus passou no deserto, etc.), e pode conter até 400 ou 500 pessoas que no acto litúrgico no passado em louvor à Santa ali venerada, em Missa Cantada, com archotes na mão, dava ao tecto (de estalactites) efeitos surpreendentes que impressionavam a nossa visão. Nesta gruta brotava também duma fonte, a mais bela e fina água que entretanto deixou de correr por razões que talvez tenham a ver com obstruções de rochas ou galhos secos no percurso da água pela Serra.
No silêncio da gruta, ouvem-se as ondas do mar batendo nas rochas à sua entrada, tornando-a num local maravilhoso, misterioso, quase mágico em seu seu interior, perturbado apenas por vezes com o piar persistente de gaivotas que por ali existem, sentindo-se naquele espaço uma estranha mas boa vibração. (Clicar na imagem acima para viver um pouco esses momentos que ali captei com minha câmara para cimentar a minha dissertação). A verdade é que pouco se sabe porque é que se chama ao local de "Lapa de Stª Margarida" e mais ainda desconhecendo-se qual das 3 Santas corresponde com o mesmo nome, de épocas e nacionalidades diferentes (ver aqui), pois que a gruta era mais visitada pelos Pescadores que ali veneravam a Nª Srª da Salvação ou da Galé como ficou sendo conhecida nas horas de aflição. Aliás existe até uma lenda que conta que um grupo de pescadores foi perseguido no mar, atacados por um navio corsário, ou piratas sarracenos, que entretanto ficaram encalhados próximo da Lapa onde os perseguidos se salvaram todos. Como tinham invocado a imagem de Nª Srª do Menino Jesus que se encontrava na Gruta, foi então que em memória disso fizeram um barco e colocaram na mão, ficando assim conhecida por "Nª Srª da Galé" ou da Salvação. Curiosamente, esta imagem está esculpida também numa parede dos jardins do Convento dos Capuchos na Caparica. (Ver aqui) Defronte da lapa, existe um Penedo sobre o qual D.Álvaro de Lencastre (Duque de Aveiro) passava horas nas suas pescarias, ficando assim conhecido como o Penedo do Duque. Esse Penedo, prende-se também a uma lenda do povo que dizia que ali apareciam "monstros marinhos" que apavoravam as pessoas, tradição esta igual à da orla marítima de Sintra onde a voz popular jurava que ali apareciam criaturas marinhas com metade do corpo humano e outra metade com caudas de peixes, cujas narrativas Damião de Góis recolheu e incluiu na sua obra de 1554 Urbis Olisioponis.
E pronto, fica aqui mais uma pequena contribuição para a divulgação de coisas de Seth-Ubal e seus mistérios como cidade cheia de história no país que se chama Porto-Graal, faltando este cumprir-se de novo (como dizia Fernando Pessoa) para tempos que trarão novos rumos ao Mundo e Acontecimentos necessários a uma Nova Era Universal.
Rui Palmela
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Notas herméticas:
(de Rui Palmela e Dr. Vitor Adrião)
A gruta em questão, cuja localização fica no seio da serra na mesma latitude
do Convento e cujo acesso é através de um poço sem água localizado dentro
duma Cripta, pelo qual se desce a um espaço subterrâneo com vários túneis
que se estendem em várias direcções, e que só poucos aventureiros corajosos
podem explorar.
Com efeito, já se escrevia numa Revista muito antiga, sobre as entranhas
da Serra da Arrábida, o seguinte: "há na serra muitos e profundíssimos algares,
o mais falado e medonho está no caminho que vai para a Nossa Senhora do
Carmo, onde chamam Vale Bom, e segue 7 kilómetros por baixo de chão até
sair no sítio da Água Branca. Algar quer dizer cova, sorvedouro ou brejo
profundo". (Revista O Domingo Ilustrado, nº 199 - vol. 4, 1900.)
Quanto às construções estranhas que o grupo de escuteiros teriam visto
e lhes parecia uma cidade antiga, desabitada, cuja luz ambiente vinha das paredes
da própria gruta, isso dá fé à narrativa de um verdadeiro encontro JINA, pois
poderia muito bem em tempos idos sido habitada pelo povo de BADAGAS,
habitantes intraterrenos de um dos 3 reinos subterrâneos, o mais próximo da
superfície, conhecidos nos meios ocultistas.
Isto leva à fábula etnogénica recolhida e divulgada por Santo Isidro de
Sevilha, acolhida na Crónica do Mouro Razis, transmitida à tradição
monástica portuguesa quinhentista e meados de seicentos, exposta por
eruditos de nome como Manuel de Faria e Sousa no livro Europa Portuguesa -
vol. I, IX, perpetuada por Frei Bernardo de Brito in A Monarquia Lusitana,
Cap. I, XXII, quanto a Setúbal ser fundação bílbica do neto de Noé,
UBAL, que escolheu as imediações do Cabo Espichel para fundar essa cidade,
iniciando assim após o Dilúvio o povoamento de toda a Hispânia.
Por outro lado, UBAL tem relação com TUBALCAIM e a tradição ctónica
da forja subterrânea do "Ferreiro" ou SERAPIS que forja os metais com os
fogos do Seio da Terra. Há nisto algo de Saturno (Ctónico) e Marte (Metalúrgico),
e não será por acaso que a herança arquetípica disso chegou à actualidade,
onde os melhores metalúrgicos do País sediavam-se em Setúbal que, tal como
os antigos Fenícios deste lugar, consertavam e construiam os navios que se
faziam ao largo em rotas transcontinentais, indo mesmo até às Américas!... Por
outro lado, sabe-se que os primeiros habitantes da Serra da Arrábida foram os
SÁRRIOS, de que subsistem vestígios de fortificados em vários cabeços da serra.
Estes Sárrios proto-históricos terão depois sido aglutinados
pela cultura Romana e da sua época subsiste a memória
descritiva de André de Resende (um seiscentista) em suas
"Antiguidades da Lusitânia", em Setúbal, a antiga Cetóbriga,
a Igreja de Stª Maria de Tróia foi levantada sobre o primitivo
templo de Júpiter Amon, de que sobrou só o alpendre.
Também na ponta do Outão foram descobertas em 1644
as ruinas dum outro templo consagrado a Neptuno
(Deus dos Mares), enquanto no chamado monte Tormoinho
existem ruinas dum outro templo que se diz consagrado a
Apolo (SOL). De ambos os templos há provas arqueológicas
documentadas.
Quanto ao "Triângulo Magnético" da Serra sobre o qual se situa o Convento
da Arrábida, com o vértice voltado para baixo, aponta 3 direcções: S. Lourenço de
Azeitão, Setúbal e Tróia, estando a Lapa de Stª Margarida no sopé subterrâneo
da Serra como se fosse um 8º Templo a que se chega após passar pelas 7 Ermidas
que descem a encosta numa ‘via sacra’ como se fossem os 7 dias da semana para
esta mesma, os “7 Degraus da Escada de Jacob” referidos na Bíblia, ou os
7 Dhyan-Choans (Seres Ascencionados) ou os 7 Arcanjos Planetários, ou as
7 Cidades Aghartinas, cuja 8ª é Shamballah, no seio da Terra, o que confere s
imbolicamente com a localização subterrânea da Lapa de Stª Margarida,
vértice principal do triângulo invertido, este considerado por Saint-Yves de
Alveydre como o Triângulo de Maria, e algo mais que tem a ver com o 3º Logos
ou Espirito Santo no seio da Matéria. É por esta razão que está uma Cruz
de Avis sobre a entrada da Gruta da Lapa de Stª Margarida, cujas fotos pode
ver em baixo:
Visite a seguir :
A "Gruta da Lapa de Stª Margarida"
e
"Qtª El Carmen e o Convento da Arrábida"